domingo, 27 de dezembro de 2009

Nada não

Não
Nada
Nem cor
Nem energia
Nem esperança
Nem perseverança
Nem fantasias
Nem poesia
Nem fim
Nada
Não

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O esforço das palavras


Não escrevo
Para nuvens incendiárias
Ainda que me encantem
As cores do crepúsculo

Tampouco escrevo
Para o céu de mil estrelas
Incrustado em diamantes
Derretendo em nebulosas

Nem mesmo para a lua crescente
Com seu sorriso quente
Nas longas e agradáveis
noites de primavera

Não escrevo para o rosa
Das extremosas floridas
Em cores se abrindo
Para a finitude da vida

Nem para as curvas suaves
Da bela silhueta desnuda
Espalhando o doce perfume
Do deleite amoroso

Muito menos escrevo
Para lembranças do passado
Que por si só se escrevem
lutando para se esquecer

Escreva apenas
Pura e simplesmente
Porque se não escrevo
Logo me aquieto
Emudeço desaparecendo
Em brumas ancestrais

sábado, 19 de dezembro de 2009

No final...


Me esguio entre portas minúsculas
Atravessando corredores de espinho

Salto imensos desfiladeiros
Afundando em areias movediças

Enfrento assustadoras quimeras
Correndo maratonas longínquas

Escalo a mais alta das torres
Desafiando meu próprio destino

E chegando ao fim do caminho
Logo volto ao princípio

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os citas


Especula-se que os Citas tiveram seus primeiros descendentes no ano 2000 a. C. Povos semi-nômades originários da bacía do rio Volga (hoje Rússia), se agrupavam em forma de hordas e dominaram grande parte da Europa Oriental por volta dos anos 700 a. C levando consigo o hábito proto-iraniano da cannabis, usada para a confecção de tecidos a base do cânhamo e também como erva medicinal em rituais banhos de vapor.

Eram habilidosos arqueiros, exímios jinetes e criadores de cavalos, tendo os eqüinos presentes na maioria dos suas magníficas manufaturas e adornos de ouro. Os Citas acreditavam que o ouro lhes havia sido proporcionado por seres de um só olho, que o haviam roubado dos mitológicos grifos. Os seus monarcas eram enterrados em grandes túmulos, juntamente com seus melhores cavalos, concubinas e servos (previamente executados para a cerimônia). Em contraponto, algumas tribos citas costumavam não enterrar seus mortos, esperando que estes fossem devorados pelos abutres no que significava um sinal de boa sorte.

Destacavam-se na arte da guerra, sendo sua marca registrada o uso de capacetes adornados de grandes chifres. O grande processo expancionista persa, realizado por Darío I (que conquistou grande parte do Mundo Antigo), fracassou ao tentar conquistar a região ocupada pelos citas. Apesar de possuírem um contigente imensamente menor que o do exército persa, os citas se valiam de sofisticadas técnicas de emboscada e de seu fator nômade para fazer fracassar o avanço inimigo.

Seus conterrâneos os consideravam muito selvagens por seu hábito de beber o sangue de sua primeira vítima em uma batalha, e por um traje peculiar composto do couro cabeludo escalpelado de suas vítimas de guerra. Também costumavam utilizar crânios humanos como vasilhas para o consumo do kumis (bebida alcóolica a base de leite de égua). Muitos dos costumes dos citas foram posteriormente adotados pelos hunos. Atribui-se principalmente aos magiares da Hungria e ao Ossétianos do Cáucaso a descendência dos citas nos tempos modernos.

Só para constar...


"Não há bem estar maior
que o mal estar de um porre"

(quer dizer, claro que sexo é melhor, mas vocês entenderam)

E não se esqueçam desta informação, que pode ser de vital importância numa futura guerra nuclear ou algo do tipo: Em Budapeste, os cataventos giram ao contrário

e=mc²

domingo, 13 de dezembro de 2009

Um bom lugar


Pois que há uma pequena cidade
Um lugarejo pacato e tranquilo
Onde as coisas são uma cousa
E muitas outras cousas também

Onde o rio é uma serpente
Sinuosa e complacente
E um mar que é de água doce
Numa fronteira de dois povos
Idênticos em suas diferenças

Onde há uma pequena ilhota
Que é gigantesca montanha
Perdida no oceano profundo
Refugio de lobos e leões árticos
Que são peixes, mas não o são

Onde uma areia vai crescendo
Em altas dunas que vão nascendo
E de repente viram florestas
Na qual se ocultam matilhas
De mansos cães selvagens

Onde há morros tão verdejantes
Findados em penhascos traiçoeiros
Que são cavernas enigmáticas
E também são cegueira alva
Durante os eternos nevoeiros

Onde o mar é tão sereno
Dormente em sonhos tranqüilos
E quando acorda é truculento
Bradando turrão ao vento
Estourando em ondas de fúria

Onde há um céu que é espelho
Para o mar refletido em lua
E que permanece estrelado
Nas noites de sol nascente
Da iluminada alvorada escura

Finalmente há um pescador
Que dizem ser ignorante
Que dizem ser alienado
Mas de todos é o mais sábio
Pois entende a beleza das coisas
Vive a magia das coisas
Enxergando todas as cousas
Sem sequer precisar ver

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A mitologia Iorubá e o homem-lama-marrom


Olorum criou o mundo, todas as águas e terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que Oxalá criasse o homem.

Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira, mas ambos eram rígidos demais. Criou o homem de pedra, mas este era muito frio. Tentou a água, mas o ser não tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo. Fez um ser de ar que depois de pronto retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite e o vinho sem êxito.

Triste pelas suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do rio, de onde Nanã emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre o seu insucesso. Nanã mergulha e retorna da profundeza do rio e lhe entrega lama. Mergulha novamente e lhe traz mais lama. Oxalá, então, cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os olhos, os braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.