quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Dos textos da vida



Um texto criativo
Que soe bem bonito
Que seja colorido
Palavras aprumadas

Que tenha uns dois versinhos
Compostos com carinho
Dos rastros no caminho
Que passo a ladrilhar

E essa vida, porque corre sem avisar? Tão melhor seria que se o tempo desse os sinais para as mudanças que precisamos, por uma vida mais plena e compartilhada, algo que no fundo sempre é um anseio. Uma existência que se renove e se encha de novos sentidos, objetivos que de forma recorrente vão sendo traçados, em rumos diferentes e para novas aventuras. Como saber? Qual a parada para pegar esse ônibus rumo ao futuro? Desta vida tão efêmera e complexamente significante, o que se tem?


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Guarita



Não existe lugar mais cheio de redenção na cidade de Torres (RS) que a Praia da Guarita. Resume os encantos de nossa cidade num dos mais belos cartões postais do mundo, uma daquelas pinturas que Deus criava em seus dias de maior inspiração....

Creio que poucas vezes tenha sentido tanta paz e energia no coração, certeza de que a vida é bonita, quanto nas vezes em que estive surfando pela Praia da Guarita. Principalmente nos dias em que o vento nordeste entra fraquinho quase de terral, e as ondas quebram com aquele balanço harmônico, meio metrão quase na beira,uns tubinhos rápidos, perfeitos....

Melhor ainda se for um final de tarde, daqueles onde umas poucas nuvem rasgam o céu, formando as mais curiosas formas e contornos. Lindo demais é o espetáculo de assistir, de dentro do mar, o crepúsculo se derretendo em dúzias de cores na Praia da Guarita, com as dunas ao fundo e as torres naturais escurecendo lentamente.... e então descer a onda com isso tudo...

terça-feira, 4 de novembro de 2014

FILOSOFANDO SOBRE A MÍDIA (Parte 1): Aldeia Global, Senso Comum e Textura da Experiência



Por Guile Rocha


A mídia é uma verdadeira entidade, heterogênea e em constante transformação. É o principal alimento informacional do ser humano, e implica a existência de um processo social (em que seres humanos trocam mensagens com determinados efeitos, através de um canal e dentro de um contexto,) e uma atividade social (onde pessoas, imersas em uma determinada cultura, trocam signos e significados). Roger Silverstone ('Por que estudar a mídia?' - 1999) pensa na mídia como "algo em curso e feita em todos os níveis que as pessoas se congreguem no espaço real ou virtual. É onde se comunicam, onde procuram persuadir, informar, entreter, educar, onde procuram, de múltiplas maneiras e com graus de sucesso variáveis, se conectar umas com as outras” (1999, SILVERSTONE).

Aldeia Global

 Assim, é inegável que a mídia é um poder que tem o controle majoritário sobre a informação, bem como de sua propagação e distribuição. Ainda que o poder da mídia esteja - do ponto de vista financeiro e de difusão de sua mensagem institucional - concentrado na mão de uns poucos, novas formas de interação social vêm transformando radicalmente nossa percepção sobre a mídia. Possibilitadas pela popularização das redes sociais, a noção de Aldeia Global proposta pelo filósofo canadense Marshall McLuhan, ('A Galáxia de Gutemberg' - 1962) tornou-se passível de concretização, possibilitando que varias 'tribos' diferentes estivessem interligadas e executando intercâmbio cultural por um meio comum: a internet.
Está diretamente ligada a formação de uma aldeia global a ideia de globalização, que foi ocasionada primeiramente pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte e possibilitou um fluxo maior de informações e pessoas. Esse processo gerou uma enorme rede ou teia de dependências mútuas entre todas as regiões do globo, "possibilitando que as pessoas se intercomuniquem diretamente umas com as outras, independentemente da distância, como em uma aldeia" (MCLUHAN, 1962).
O crescimento de canais midiáticos alternativos é a tendência natural desta construção da realidade social da geração internet, recheada de pontos de vistas diferentes em busca de alguma conciliação. O numero de vozes que se fazem ouvir cresceu drasticamente, e se antes eram apenas um punhado de jornais,canais de televisão e estações de rádio que concentravam o poder de transmitir informação, hoje qualquer pessoa no mundo está pré-condicionado a ser um comunicador para massas. Tudo depende da forma com que a informação de cada pessoa é tratada e propagada no meio virtual.

FORMAÇÃO DO SENSO COMUM

Principal detentora do poder comunicativo, e amplificada por cada vez mais canais (via internet), esta complexa entidade que é a mídia tem papel crucial na formação do senso comum, as crenças e proposições que aparecem como normais na sociedade. O senso comum que, a meu ver, é conservador por natureza, mas progressista por vocação (ARAUJO SANTOS, 2014), ou seja: é tanto expressão quanto pré-condição da existência humana, e se por um lado mantém as coisas como estão e reproduz o status quo da sociedade, por outro lado vai aos poucos se transformando e abrindo espaços para mudanças variadas.
Tendo como local de encontro o senso comum, o discurso da mídia e das pessoas dependem um do outro. Juntos, eles permitem moldar e avaliar sobre a experiência da realidade social que é compartilhada por nós, seres humanos. Silverstone (1999) diz que a mídia depende do senso comum, reproduz e recorre a ele, mas também o explora e distorce. "É pelo senso comum que nos tornamos aptos a partilhar nossas vidas uns com os outros, bem como distingui-las".

A textura geral da experiência

Devemos estudar a mídia a partir de sua contribuição para a textura geral da experiência, seu papel de naturalmente transformar a  dimensão social e cultural da realidade. A textura da experiência se expressa, por exemplo, num momento de televisão: ínfimo e insignificante por um lado, cheio de significados e simbolismos pertinentes por outro, arranhando a superfície da sensibilidade do ser humano social  "Passamos a depender da mídia, tanto impressa quanto eletrônica, para fins de entretenimento e informação, de conforto e segurança, para ver algum sentido nas continuidades da experiência e também, de quando em quando, para as intensidades da experiência" ( SILVERSTONE, 1999 )
A mídia é reflexo de nossa experiência compartilhada como seres humanos, é parte da construção da realidade social e meio para articular um mundo possível  (ALSINA, 1999) . Sua onipresença e sua complexidade são algo que contribui para nossa variável capacidade de compreender o mundo moderno, produzir e partilhar seus significados.


domingo, 2 de novembro de 2014

O que representa o surf?



O que poderia escrever sobre o surf? O que ele representa?

 Será que falo da sensação de libertação do stress de uma sessão no oceano em constante transformação?

Do contexto transcendental, de meditação quase religiosa, do surfista com o mar e os pensamentos?

Do esporte que nos faz deslizar sobre o oceano, desenhando, batendo, voando pela onda, passando magistralmente através dela num tubo?

Falo do estilo de vida mais saudável que praticamente aflora na alma do surfista consciente?

Do caráter transformador dessa interação entre o homem e a onda, capaz de revelar à mais mesquinha das criaturas que a vida tem um lado bom, e que todos somos partes de um mesmo mundo abraçado pela mãe natureza?

Enfim, penso, penso... mas não sei o que poderia escrever sobre o que o surf representa...

terça-feira, 22 de abril de 2014

HOLODOMOR: O genocídio ucraniano

A subida de tensão na Ucrânia deveria levar as pessoas a procurar mais informação sobre esse país. Para a maioria de nós, a ideia mais feita é que a Ucrânia era uma “república nominal” comandada pela União Soviética no passado, ou a terra que importa muitos dos nossos jogadores da dupla Grenal. Mas a Ucrânia é um grande país com uma história riquíssima. Foi um dos celeiro da Grécia antiga, sendo um importante ponto de passagem entre a Europa e a Ásia naquele passado remoto. Foi área de conflito entre os impérios russo, austríaco e otomano. Isso já basta para percebermos as razões da sua raiz turbulenta. Até na religião se reflete o peso da História, com os cristão ortodoxos em maioria a Leste e os cristãos uniates (que aceitam a autoridade do Papa) a Oeste. Mas a história que vamos contar aqui deveria ser totalmente esquecida, não fosse sua memória ser muito revoltante para isso.




Targan é uma pequena aldeia a 120 km de Kiev, a capital da Ucrânia. Durante os anos de 1932 e 1933, metade da sua população morreu de fome. Este episódio faz parte de um momento da história ucraniana que ficou conhecido como Holodomor – literalmente a grande fome. Mas não foi a falta de alimentos que esteve na origem do flagelo, e sim uma ordem da União Soviética comandada por Stalin , após a coletivização forçada das terras agrícolas. O número de mortos nesta tragédia que, atualmente, convenia-se chamar de genocídio, é calculado entre 3 milhões e 5 de pessoas (nos cálculos mais apurados de especialistas, para a BBC Britânica),  As dificuldades no número específico de ‘exterminados’ ocorre em decorrência de muitos registros de nascimento e óbitos da época terem sido perdidos.

As coletivizações forçadas

Na “Grande Mãe Rússia” de 1929, muitos camponeses recusaram-se a integrar os “kolkhozes” –coletivização forçada  - e a entregar as suas produções ao governo. Sendo a União Soviética naquela época um país em que as cidades urbanizadas  ainda trilhava seu domínio – 82% da população vivia em aldeias no campo (pessoas ricas e pobres) -  a coletivização foi sentida como uma verdadeira guerra declarada pelo Estado contra o modo de vida  e a cultura camponesa tradicionais.
Com base na acusação arbitrária de pertencerem à categoria dos kulaks (camponeses ricos e hostis ao poder soviético), os "socialmente estranhos" ao novo sistema agrícola kolkhoziano – muitos destes ucranianos -  são desterrados a título definitivo para outras regiões, principalmente para o Cazaquistão e a Sibéria.O que as operações de deportação visavam, na verdade, era fornecer os recursos humanos necessários à colonização e exploração das imensas riquezas naturais, existentes nesses territórios desabitados. Em muitos casos, as vítimas da repressão foram simplesmente abandonadas nesses territórios distantes e inóspitos. Dados do jornalista ucraniano Stanislav Kulchytsky indicam que aproximadamente 500 mil deportados, entre os quais muitas crianças, morreram devido ao frio, à fome e ao trabalho extenuante pouco tempo após a deportação.

Começo da Fome

No começo dos anos 30, o processo dos kolkhozes começou a dar mostras que foi muito mal planejado por Stalin e seus camaradas. Não aceitando a situação de submissão de sua colheita, muitos proprietários de terra queimavam suas lavouras e animais, em protesto. Essa resistência mobilizou cerca de três milhões de pessoas, em sua maioria ucranianos – onde tradicionalmente haviam o que aqui no sul convenciona-se chamar de ‘grandes estancieiros’.  Muitos destes, os que resistiram, acabaram mortos por serem inimigos do stalinismo.
Por terem sido instituídos num contexto de violência e de caos generalizados, a ineficácia e a miséria caracterizavam os kolkhozes. Mas a Grande Fome que devastou a Ucrânia é, na sua origem, “o resultado de uma política de inspiração marxista que pretendia eliminar as bases sociais e o modo de funcionamento da economia capitalista, mesmo que as custas de centenas de milhares de vidas – ricas ou pobres”, segundo Stanislav Kulchytsky.
  Em 1931 - em consequência das más colheitas na Sibéria Ocidental e no Cazaquistão - milhares de kolkhozes soviéticos foram alvo de requisições acrescidas. Mas o bote maior, o mais cruel, foi dado na Ucrânia. Segundo a Wikipedia em inglês, o país foi obrigado a contribuir com 42% da sua produção cerealífera, o que provocou o agravamento extremo da desorganização do ciclo produtivo (iniciada com a coletivização forçada).
A partir da Primavera de 1932, a Ucrânia - e outras repúblicas soviéticas  - assistiram ao alastramento da fome, e ao êxodo desesperado dos camponeses em direção às cidades. Isso suscitou a preocupação das autoridades comunistas. Por seu lado, o governo estava animado com o êxito das requisições compulsórias, sendo que 25% de tudo que foi arrecadado partiu do território ucraniano. E por lá, os agricultores passavam o dia trabalhando, mas não tinham o que comer. Deste modo tornou-se inevitável o conflito entre os camponeses famintos e os soldados soviéticos. Reprimidos (ou assassinados), os ucranianos foram atingidos por uma série de restrições ao direito de ir e vir (fronteiras do país fechadas), além de verem o crime de roubo – de 5 espigas de milho – passar a ser o suficiente para a pena capital. E foi assim que a vida dos ucranianos virou de vez um inferno miserável, patrocinado pelas barrigas cheias dos impiedosos líderes comunistas das metrópoles russas. Motherfuckes...

A morte da dignidade


Jornal Chicago American de 1931, destacando a fome forçada na Ucrânia (Wikimedia Commons)

Uma das mulheres que aguentou ao período, Oleksandra Ovdiyuk, recorda ao site PT.euronews que “os bolcheviques criaram brigadas especiais de sete pessoas. Essas brigadas varriam as aldeias, em vagões, para confiscar qualquer feijão, grão ou outros alimentos que estivessem escondidos nas casas dos agricultores.” Segundo ela, os camponeses que sobreviveram à fome foram aqueles que conseguiram esconder alguns alimentos dos soviéticos e alimentar-se de tudo o que conseguiam obter, como por exemplo folhas e talos de milho.
Enquanto uma brigada varria as aldeias em busca de alimentos outra percorria as povoações a recolher os cadáveres. O cemitério da pequena Targan era, em 1933, uma vala comum. Cerca de quatro centenas de camponeses foram lá enterrados – quase metade da população na época -  muitos ainda com vida.“Foram à casa de uma mulher e queriam levar o cadáver dela, mas ela ainda estava viva. Ela disse ao homem para não a levar pois ainda estava a respirar. Ele respondeu-lhe que ela iria morrer de qualquer modo e que não queria voltar ali no dia seguinte,” conta Olena Goncharuk (também ao PT.euronews).
Segundo os sobreviventes, no inverno de 1932 – 1933, as pessoas viram-se obrigadas a comer os animais de companhia, como cães e gatos, e chegou mesmo a haver casos de canibalismo, como recorda Olena Goncharuk. “Tínhamos medo de andar pela aldeia pois os camponeses estavam famintos e caçavam as crianças. Lembro-me da minha vizinha: ela tinha uma filha que desapareceu. Fomos à casa dela. A cabeça estava separada do corpo e o corpo estava a assar no forno.”

Genocídio?

Estima-se que a Grande Fome tenha provocado milhões de mortos. Devido à magnitude do Holodomor, os historiadores ucranianos classificam-no como genocídio.  Segundo a Wikipedia, apesar de esta fome ter igualmente afetado outras regiões da URSS, o termo Holodomor é aplicado especificamente “aos fatos ocorridos nos territórios com população de etnia ucraniana, significando que essa tragédia seria resultante de uma ação deliberada de extermínio, desencadeada pelo regime soviético, visando especificamente o povo ucraniano, enquanto entidade socio-étnica”. Ou seja, um genocídio.
Em matéria da BBC Britânica, o historiados ucraniano Volodymyr Serhiychuk, defende que o termo genocídio é realmente o adequado pois, como conta, “houve a fome em outras regiões da URSS, no Cazaquistão, por exemplo, mas os cazaques podiam ir e procurar comida em regiões limítrofes da Rússia. Mas os ucranianos não tinham possibilidade de ir à Bielorrússia ou à Rússia, porque as fronteiras estavam fechadas e não lhes era permitido comprar bilhetes de comboio. Os agricultores ucranianos não quiseram aderir aos ‘kolkhozes’, nem dar aos bolcheviques a sua produção. É por isso que os bolcheviques não tiveram outra opção senão matá-los à fome,” conclui.
Apesar de ser considerado genocídio por mais de 20 países, os acadêmicos internacionais consideram que este não foi um ato com um intuito de exterminar um povo, pois outros países e outros povos foram também afetados. Assim, etimologicamente, o termo genocídio é questionado. Uma ideia, defendida por André Liebich, Professor no Instituto de Altos Estudos Internacionais e do Desenvolvimento (na Suíça), e historiador especialista em países da ex-URSS. “O Holodomor foi o resultado de uma política desumana e brutal de Stalin, que não hesitou mesmo perante o número de vítimas que iria criar. Mas a sua principal intenção não era eliminar os ucranianos, mas sim realizar o seu programa contra as grandes propriedades privadas, custasse o que custasse”, ressaltou (também ao site da BBC Britânica)
Definições a parte, desde 2006, a Ucrânia instituiu que o quarto sábado de novembro seria o dia do Holodomor. Um dia em que todo o país lembra os milhões de ucranianos que morreram à fome, colocando velas em todas as janelas e nos monumentos evocativos.


Pessoas passando por homens que morreram de fome em Kharkiv, 1933 (wikimedia Comons)

Principais genocídios da história

 •De armênios no Império Otomano (1915)
Estimativa de mortos: 1,5 milhão

 •De assírios no Império Otomano (1915)
Estimativa de mortos: 500 a 750 mil

 •De ucranianos na Ucrânia (1932-1933)
Estimativa de mortos: 2,6 a 7,5 milhões

 •De judeus na Europa (1939-1945)
Estimativa de mortos: 6 milhões

 •De minorias no Camboja (1975-1979)
Estimativa de mortos: 2 milhões(25% da população à época)

 •De minorias em Kosovo (1997-1999)
Estimativa de mortos: 300 mil

 •De tutsis em Ruanda (1994)
Estimativa de mortos: 800 mil

 •De minorias em Darfur (2003-atual)
Estimativa de mortos: 400 mil


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Os croatas e a curiosa história da gravata


Rei Luís XIV, da França, foi um dos difusores "de la cravate" no século XVII


Muitas conquistas da humanidade com o tempo caíram no esquecimento, mas algumas, embora não mencionadas nos livros de história não dependeram deles para entrarem na cultura global. Os croatas alcançaram uma conquista semelhante no século 17, e as consequências desta conquista ainda estão presentes no mundo inteiro. Sua influência na vida diária de 600 milhões de pessoas se encontra ao redor de seus pescoços, entre uma camisa e um paletó, vestindo um símbolo universal de uma nação, como um abraço de um amigo: a gravata.
No livro "La grande Historie de la  Cravate" (Flamarion, Paris, 1994), Francoise Chaile nos conta sobre os aspectos deste ícone da moda e sua posterior difusão: "(...) Por volta do ano de 1635, um grupo de 6 mil soldados e cavaleiros vieram a Paris manifestar seu apoio a Luis XIII e Richelieu. Entre eles havia um grande número de mercenários croatas que, separados pelo exílio, permaneceram a serviço do rei Francês. (...) O uniforme tradicional destes Croatas despertavam a atenção pelo curioso xale amarrado de uma maneira muito exclusiva ao redor de seus pescoços. Os xales eram feitos de vários tecidos, desde os grosseiros tecidos usados pelos soldados ao fino algodão e a seda dos oficiais. A elegante "moda Croata" imediatamente conquistou a França, que regalou-se por este novo item de moda, o qual era, até então completamente desconhecido na Europa"
A indumentária, usada tanto por homens quanto por mulheres, recebeu o nome de cravate, que significa "croata" em francês . A partir de então, toda a corte francesa (que há 4 séculos atrás já eram lançadores de moda), e inclusive o próprio rei Luís XIV, passaram a usar a gravata habitualmente. No século XVII, o assessório era feito de tiras de tecido (geralmente linho branco muito bem engomado) enroladas no pescoço formando uma cascata na frente. A extremidade era enfeitada com rendas e pregas.

Dos dândis a difusão

Após a Revolução Francesa, a moda masculina ficou mais sóbria e vários elementos caíram. Mas a gravata continuou forte. E no começo do século XIX, o inglês Bryan Brummel criou um novo estilo que reforçou o símbolo de poder das 'cravatas': o dândi.  Marcadas pela sobriedade, as roupas dândis não levavam acessórios, jóias ou bordados. Além de calça comprida, colete e casaco, os dândis usavam uma gola alta com um lenço com nós sofisticados.
Segundo uma reportagem da revista americana "Forbes", nos anos 1800, se um homem tocasse o lenço no pescoço de outro a ofensa era tanta que poderia acabar em duelo. Ainda de acordo com a "Forbes", a gravata moderna (longa e distinta, como a utilizada em conjunto com os ternos hoje em dia) surgiu em 1860, quando se começou a amarrar o lenço como os nós das rédeas de carruagens de quatro cavalos - o hoje chamado 'nó simples'.
Embora as variações no estilo tenham mudado ao longo do tempo, a gravata sempre foi símbolo de poder e de respeito. "Os Exércitos do século XVII eram compostos de nobres. O lenço no pescoço sempre simbolizou status e formalidade. Até hoje ela é usada em ocasiões formais."  indica Miti Shitara, professora de história da moda da faculdade Santa Marcelina, ao site G1.
A própria Miti Shitara reconhece a importância dos croatas na difusão da gravata, mas complementa dizendo que sua história remete há milênios atrás: há registros de uso de lenços no pescoço por soldados chineses ainda no século III A.C. , e também entre o Exército da Roma Antiga, como sudário. "O lenço protegia não só do calor, mas também servia para estancar sangue e limpar a boca, por exemplo."
Hoje representante da masculinidade, a gravata mudou de formas algumas vezes durante o século XX. "Na década de 1930, na época de recessão econômica, as gravatas ficaram largas, os ombros cresceram, e as lapelas também. Pode-se interpretar como um contraponto de uma fragilidade em que o homem precisa se tornar forte. Na década de 1970 aconteceu algo parecido. Não me surpreenderei se agora, em meio a essa crise, uma gravata mais larga voltar a aparecer", explica a professora Shitara.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Confissões de Internet, ternura e sangue



Vejo 'academia brasileira de jornalismo literário', onde há 'josé hamilton ribeiro', escritor e jornalista brasileiro, que perdeu uma perna durante a 'guerra do vietnã', após pisar em uma 'mina terrestre'. O vento sopra, o google aberto e um milhão de milhões de possibilidades de consulta. O quanto será que estamos sendo vigiados? E isso sem falar que ainda estupram nossas mentes com zilhares de propagandas luminosas, mas é o preço que pagamos por tanta informação, debitado diretamente na conta do nosso banco mental, sem possibilidade de reembolso...

..." aliás, até ha uma  possibilidade para o reembolso: é só ligar para o nosso 0800, conversar com nossa secretária eletrônica por alguns minutos, pedir para falar com um de nossos atendentes do setor de reclamação, deixar seus dados e formalizar um pedido de estorno por estupro neural. A burocracia usual, não tomará mais que 59 minutos do seu tempo. Após, você deve anotar o protocolo de 32 dígitos e escolher o seu omelete preferido entre três opções que serão apresentadas. Cumprindo esse procedimento usual, lhe passaremos uma receita médica em pdf que - aconselhamos nós, do Dooble -  deve ser entregue diretamente ao seu psiquiatra. O seu psiquiatra lhe receitará anabolizante para cavalo como a cura para suas enxaquecas, lhe dará um atestado de insanidade mental e a licença para adquirir uma clássica RPG-7 antitanque. Nós, do Dooble, damos uma opção para você: quem sabe explodir o hospital mais próximo com seu novo brinquedo?"

...A busca por estar o máximo possível livre e ao ar livre, deixando ao instinto a missão de escolher seu aleatório destino, era  uma sensação quase irresistível, que lhe vinha sempre a mente. Ele por vezes também sentia que podia passar quase a vida inteira em lugares abertos, e  se imaginava nestes mesmos lugares  na companhia de alguns bons amigos, frequentemente entorpecido por uma droga qualquer, juntamente com algum amor despreocupado para fazer companhia e dividir a experiência, tanto corporal como espiritualmente. ...

.....mas antes disso, queremos saber quantos neurônios foram queimados? Lês a revista Veja?  Já foi feita a ressonância magnética para atestar seu péssimo estado de saúde? Quantos algarismos encontramos na palavra bolota?  E quantos algorítimos? Preferes assistir ao Faustão ou fazer uma viagem ao Marrocos, com direito a uma excursão para ver a casa da Jade, na novela "O Clone"?...


Cães, mosquitos e centros


...E seu filho, é uma criança saudável, não é?  tem toda aquela alegria e energia de um menino de 8 anos, e é tão inteligente, não é? Lê tanto, se comporta bem, até já sabe falar inglês... um garotinho lindo mesmo! Iria realmente ser uma pena se ele se encontrasse com uns certos labradores malvados que andam por estas redondezas, quando ele  estiver sozinho, saindo da escola.... Ahh, esses cachorros não nasceram malvados, mas acabaram tornando-se maquinas da morte, infelizmente. Foram muito mal tratados e  quase não recebiam nada para comer, pelo que me disseram, mas mesmo assim os bichos ficaram grandes. Na verdade, a história que eu ouvi sobre esses cachorros é meio assombrosa, mas parece que o dono deles era um psicopata, que já foi até morto, mas que raptava criancinhas e as jogava no canil, para serem devoradas pelos cachorros. Uma pessoa realmente do mau, eu diria, mas os cachorros não tem culpa se a natureza deles os levou a crer que crianças são alimento, não é?...

... Alguns destes lugares eram centros de grandes metrópoles, grandes espaços públicos com monumentos históricos, museus, artistas de rua e loucos, além de dezenas de diferentes bares, pubs, restaurantes e cafeterias. Letreiros com os nomes de grifes nacionais e estrangeiras gravadas se espalhando, com as paredes grafitadas colorindo as ruas, além de muitas e altivas árvores, de diferentes espécies, se misturando com os muitos prédios de bela arquitetura (e com os outros tantos feios , mas o feio também tem sua beleza e ternura). Gente passando por todos os lados e o trânsito correndo intermitente, parando em intervalos rigorosamente definidos por semáforos. O zumbido das motos, o rugido do ônibus e as buzinas dos carros, entre motoristas e motoristas, também eles estão lá. O barulho de máquinas trabalhando em algum lugar, de vez em quando o som de uma ou outra sirene de um carro policial ou ambulância . A confusão de cores e vozes, a típica e deliciosa cofusão metropolitana, são o que ele vê e ouve nestes lugares.

. ...Mosquitos são animais profundamente infernais, nada de bom há na existência dos mosquitos. A cadeia alimentar pode se virar muito bem sem eles, e o resto do mundo agradeceria... malditos mosquitos e sanguessugas, maldito crepúsculo, mandito sangue que corre nestas malditas veias..pelo menos tenho uma varanda com muitas almas, digo, árvores, digo, natureza, vida, profundidade e  sensações, enfim, evasões solares de muita energia, como diz o ditado popular....

...Um outro lugar era envolto por variada e exuberante natureza, doutor: eu posso imaginar o descampado horizonte verde, de relevo levemente ondulado, com uns capões de escassas e retorcidas árvores se espalhando, marcado por majestosas e quase sempre solitárias figueiras . E ao redor de uma destas figueiras, exatamente a maior e mais antiga do lugar, se ergue um casarão branco... o casarão branco que.... não, o casarão branco não, não me obriguem pensar naquela maldita casa de novo! Tenho que esquecer, tenho que esquecer tudo, foi um pesadelo, só isso! um pesa.....

... Na tarde desta segunda-feira, em São Paulo, Daniel Figueira Rocha, 22 anos, assassinou seu psicólogo utilizando uma caneta, para após dar cabo de sua própria vida ao atirar-se do 18o  andar do prédio onde encontrava-se, na movimentada Avenida Ipiranga. Segundo relatório do IML, o corpo do psicólogo Abílio Cruz Fonseca, de 52 anos, ficou desfigurado após as centenas de golpes de caneta desferidos por Daniel. Já o suicida virou uma atração negativa para a capital paulista, pois os olhares de centenas de chocados cidadãos caiu sobre a massa amorfa e sangrenta que o corpo de Daniel se tornou, após o choque violento com um carro estacionado no local.




domingo, 6 de janeiro de 2013

Sobre ética e jornalismo, deontologia e utilitarismo

Kant


Ética e Moral


Em sua etimologia, a palavra ética vem do grego “ethos”, que pode  significar  tanto costume quanto caráter, índole natural. Conceitualmente,  segundo Costa (2009), “ética é a ciencia da conduta, que trata dos conceitos que envolvem o raciocínio prático, como o bem, a ação correta, o dever, a obrigação, a virtude, a liberdade, a racionalidade, a escolha” (p. 19).
Já a palavra moral, em sua etimologia, vem do latim “moralis”, “moris”, com ambas as expressões significando costume. Costa explica que, embora moral e ética possam ser entendidas como a mesma coisa, “a moral é restringida a sistemas  que se baseiam em noções de dever, obrigação e princípios de conduta – enquanto a ética se limita ao dito pensamento prático. (...) A ética seria como uma execução da filosofia prática, lá onde a moral estaria suspensa num mundo de normas nunca plenamente realizaveis” (p. 19-20).
Assim,  estando a o conceito de ética vinculado a  aplicação das questões morais no sentido prático, a palavra moral, por sua vez, passou a incorporar um sentido mais filosófico e até normativo acerca das condutas humanas. Costa indica que “a vulgarização operada pelo entendimento comum”  tornou possível estabelecer uma diferença entre ética e moral: enquanto a primeira encontra-se associada as normas de condutas relativas as questões do próprio indivíduo, privadas, a segunda trata das questões públicas, passíveis de serem universalizadas por uma sociedade (p. 20).
Partindo desta análise sobre a ética e moral, pode ser elaborado um questionamento básico relacionado a atividade jornalistica: Em que princípios básicos é fundamentada a moral a ser seguida pelo jornalista?  O dilema ético no jornalismo recorrentemente opõe um valor justo e bom a outro valor que, a princípio, pode ser igualmente tão justo e bom quanto o primeiro.
 Bucci (2002) indica que “a ética só existe porque a comunicação social é lugar de conflito” (pag. 10), e aponta que a ética jornalística baseia-se na busca por parâmetros que ajudem o profissional a tomar uma decisão frente a duas alternativas lícitas possíveis. Ele, então, analisa duas correntes éticas distintas, que comparecem ao estudo da imprensa a partir do ponto de vista ético: a teleologia e a deontologia.

utilitarismo e deontologia


A teleologia é baseada no utilitarismo, uma teoria moral  fundada por Jeremy Bentham e desenvolvida por Stuart Mill, segundo a qual uma ação é moralmente correta se promove o bem-estar e a felicidade para o maior número de pessoas posível. O princípio utilitarista da maior felicidade baseia-se no conceito de hedonismo, segundo o qual apenas o prazer é intrinsecamente bom e só o sofrimento é intrinsecamente mau.
Pela corrente utilitarista, o jornalista teria que calcular, dentre as alternativas possíveis, aquelas que irão trazer melhores consequências para a sociedade como um todo. O trabalho e a veiculação das informações deveriam ter maximizada sua utilidade em relação ao público. Porém, Bucci apresenta a fraqueza desta filosofia quando aplicada ao jornalismo. “Como pode um mero profissional da imprensa prever com eficácia as consequências dos seus atos? Jornalistas não são profetas” (pag. 22). Uma vez que a informação seja difundida, é impossível saber com precisão como ela será recebida pelo público.
A outra corrente analisada por Bucci, a deontologia, inspira-se na idéia do imperativo categórico de Immanuel Kant. Alvaro Valls (1994) descreve os imperativos categóricos de Kant como sendo “as formas de procedimento prático que possam ser universalizáveis, isto é, uma ação moralmente boa é aquela que pode ser universalizável, de tal modo que os princípios que eu sigo pudessem valer para todos, ou ao menos que eu pudesse querer que eles valessem para todos” (pag. 40).
Kant entendia que, como seres humano racionais, todos temos certos deveres. Alguns destes deveres são categóricos: em outras palavras, são absolutos e incondicionais para o funcionamento da sociedade como um todo. Deveres como “dizer a verdade”, “não roubar” ou “não maltratar ninguém” seriam válidos sejam quais forem as consequências que possam advir da sua obediência.
Segundo Costa, “deontologia surge especialmennte para dar sentido normativo a uma ética jornalistica” (pag. 223). Trata-se de uma corrente filosófica principista, e é exatamente por não dar espaços a relativismos que a ética deontológica pode tornar-se fraca em sua aplicação ao jornalismo.  Como decidir, por exemplo, entre publicar ou não uma matéria que possa por em risco questões de segurança nacional? Neste caso, o jornalista iria encontrar-se em um dilema ético envolvendo os imperativos categóricos de verdade e responsabilidade. Bucci explica que “ela (a ética deontológica)  não ajuda muito a decidir entre dois valores equivalentes. A outra fraqueza está em sua pretensão de ser aistórica. Não há princípios, por mais racionais  e universais que sejam, que não se modifiquem no espaço e no tempo” (pag. 23).
Bucci esclarece que não há, entre os jornalistas, nem utilitaristas puros nem deontologistas puros. “As duas correntes se mesclam, com uma sutíl incliação para aquela que prevê a responsabilidade dos agentes sobre seus atos e as consequências deles” (pag. 24). Ou seja, não há como fugir à responsabilidade, que no jornalismo se configura no dever de bem informar o público. Sobre os dilemas éticos éticos inerentes ao ofício jornalístico, Bucci afirma que não há receitas acabadas que indiquem  com resolver a todos, sendo que cada caso deve ser analisado separadamente tendo em vista suas singularidades e consequências. Ele finaliza afirmando que “qualquer debate ético adquire mais qualidade e legitimidade quando travado publicamente” (pag. 25), de forma aberta e acessível ao público. 


Referências bibliográfica


BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

COSTA, Caio Túlio. Ética, jornalismo e nova mídia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 2008.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Krampus: O demônio de Natal



Krampus é uma criatura mitológica que surge na época do Natal, segundo lendas do folcore alemão e leste europeu. A palavra Krampus vem de “Krampen”, palavra que significa "garra" do alto alemão antigo.
Nos Alpes, Krampus é representado as vezes como um ser travesso, ou um selvagem,cou uma criatura demoniaca horrenda: metade homem, metade bode,  peludo e com grandes chifres, carregando correntes ou pedaços de pau. Incorporado pela mitologia cristã, o Krampus também apresenta semelhança com os sátiros (faunos) da mitologia grega, só que com uma pitada a mais de maldade e sociopatia. O personagem é uma antítese a São Nicolau, o popular santo cristão que virou Papai Noel em nossa cultura ocidental. Enquanto Papai Noel dá presentes para as crianças boas, o Krampus assusta e pune as más crianças.
O bicho é uma figura tão forte do folclore “pagão”  europeu que conseguiu sobreviver à Insquisição da Igreja Católica, quando esta acusava e bania qualquer celebração a ídolos que não fossem parte da religião.  No século 17, o Krampus foi incorporado nas festividades do Natal católico, e começou a fazer companhia a São Nicolau em suas viagens natalinas. Desehos do século XIX mostram Krampus como um velho com barba e chapeu pontudos,
Um mito antigo sobre oa criatura deve assustar muitas criancinhas: ele diz que Krampus entra nas casas procurando crianças más, que mentem ou se comportaram mal durante o ano; assim que encontra uma, ele a prende com correntes enferrujadas e depois as leva embora, colocando-as dentro de uma grande cesta para, depois, jogá-las em uma fogueira, direto para o inferno

A tradição em Krampus

Apesar de não ser tão viva como no passado, ainda hoje a imagem de Krampus ressurge na época do Natal em países germânicos e eslavos. Tradicionalmente,  jovens de cidades na Hungria, Eslovênia, Croácia, Áustria e Alemanha  se vestem de Krampus nas duas primeiras semanas de dezembro vagando pelas ruas, assustando crianças com sinos e correntes enferrujadas. Particularmente no anoitecer de 5 de dezembro, os Krampus se multiplicavam.
Segundo a Wikipedia Brasileira, “As fantasias modernas de Krampus consistem em uma Larve (máscaras de madeira), pele de ovelha e chifres. A manufatura das máscaras artesanais demanda um esforço considerável, e vários jovens em comunidades rurais dos alpes competem nos eventos do Krampus”.
Nos anos 30, a Áustria chegou a banir a tradição em Krampus, considerando a criatura uma imagem negativa para as crianças.  E hoje em dia, os festejos a Krampus em algumas partes (principalmente urbanas) do país tem uma motivação diferente. Ao invés de vestir fantasias e assustar crianças, os jovens se reunem para encher a cara e, vez que outra, entrar em uma briga, destruir uma lixeira ou coisa do tipo.


Também permanece existindo a tradição de  trocar cartões com imagens do ser, os chamados Krampuskarten (Cartões do Krampus), com imagens da criatura atacando/atrapalhando crianças, ou até mesmo insinuando-se para mulheres. Os cartões geralmente vem com o escrito Grüß vom Krampus (Lembranças do Krampus) e acompanham poemas ou frases maliciosos, engraçados ou assustadores.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Halloween: indo muito além do Dia das Bruxas


Durante idade média, Inquisição Católica queimava "bruxos" e infiéis nas fogueiras

A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha, entre os anos 600 a.C. e 800 d.C.. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e que marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão").
A celebração tem marcadas diferenças em relação às atuais abóboras com faces aterrorizantes ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras". Essas  marcas, exportadas pelos filmes do Estados Unidos, fizeram com que se populariza-se a comemoração até mesmo aqui no Brasil, que nada tem a ver com a data ou com a antiga cultura celta.
A relação do Halloween com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados “autos-de-fé”. Também tem aquela história já conhecida, de que as bruxas eram afogadas pelos religiosos e, se elas fossem bruxas de verdade, conseguiriam se salvar usando a magia.

Do antiga tradição celta ao Dia dos finados católico

A origem pagã da data tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 a.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração.
Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam ao ano novo celta. A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, e sua tradição pode ter sido “importada” pela igreja católica.
Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrada com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.

O costume das fantasias

Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos.
Entre os elementos acrescidos, temos por exemplo o costume dos "disfarces", muito possivelmente nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a Europa foi flagelada pela Peste Negra e a peste bubônica dizimou perto da metade da população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte.
Alguns fiéis, dotados de um espírito mais burlesco, costumavam adornar na véspera da festa de finados as paredes dos cemitérios com imagens do diabo puxando uma fila de pessoas para a tumba: papas, reis, damas, cavaleiros, monges, camponeses, leprosos, etc. (afinal, a morte não respeita ninguém). Também eram feitas representações cênicas, com pessoas disfarçadas de personalidades famosas e personificando inclusive a morte, à qual todos deveriam chegar um dia.

Aqui no Brasil... dia do Saci Pererê!

No Brasil, o Halloween é popularmente chamado de "Dia das Bruxas" e sua comemoração é recente. Geralmente as escolas de inglês é que promovem festas para comemorar a data, como forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.
Há quem defenda que o Halloween não tem nada a ver com a nossa cultura e que a data não deveria ser comemorada aqui. Para essas pessoas, o Brasil tem um folclore muito rico e isso deveria ser mais valorizado. Devido a essa reivindicação, em 2005 o governo brasileiro criou o Dia do Saci, também comemorado em 31 de outubro.
O Saci Pererê  como é um dos principais personagens do Folclore Brasileiro, e sua lenda originou-se  há séculos entre os povos indígenas do sul do Brasil. Na época, o Saci era representado por um menino de cor morena, duas pernas, um rabo e muita traquinagem, a andar pela floresta.
Porém com o passar dos tempos e influência de outros povos, o Saci se tornou um negrinho que perdeu uma das pernas lutando capoeira e passou a ser representado usando um gorro vermelho, um cachimbo e pulando em uma perna só.Diz à lenda que é possível encontrar o Saci Pererê  nos redemoinhos de vento, são usados para sua locomoção. 



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mansu Musa I: O homem mais rico da história


Ele foi o próspero comandante do Império Mali, e teria uma fortuna equivalente a mais de R$ 800 bilhões em valores atuais. 


Um rei que governou o oeste da África no século 14 teria sido o homem mais rico da história, segundo o site americano "CelebrityNetworth.com", que reúne informações sobre fortunas de personalidades diversas. Por valores reajustados segundo a inflação atual, a fortuna pessoal de Mansu Musa I, que vivia na região onde fica hoje o Mali, valeria o equivalente a US$ 400 bilhões (R$ 815,3 bilhões) na ocasião de sua morte, em 1331.
Nascido em 1280, Musa, que ganhou o título de Mansu, que significava rei dos reis, foi o rei do império mali por 25 anos. Seu reino englobava o território atualmente formado por Gana e o Mali e regiões ao redor.
Musa foi um devoto muçulmano que ajudou a difundir a fé islâmica pela África e fez do império mali uma potência. Ele investiu fortemente na construção de mesquitas e escolas e fez da capital de seu império, Timbuktu, um centro de comércio, saber e peregrinação religiosa.
O império de Musa respondeu pela produção de mais de a metade do suprimento mundial de ouro e sal, de onde o governante tirou boa parte de sua vultosa fortuna.Muitos comerciantes vindos da Europa foram a Timbuktu, atraídos pelo ouro e pelas oportunidades de negócios oferecidos pela capital do império erguido por Musa
.Os herdeiros do imperador não teriam conseguido preservar sua vasta riqueza, devido a perdas provocadas por guerras civis e invasões realizadas por conquistadores.

Lista

A relação elaborada pelo "CelebrityNetworth.com" inclui as 25 fortunas que o site diz serem as maiores de todos os tempos. A relação das grandes fortunas da história é composta apenas por homens. Um total de 14 dos 25 integrantes da compilação formulada pelo site são americanos.
Em 12º lugar, com uma fortuna estimada em US$ 136 bilhões, o empresário Bill Gates é o homem mais rico entre os bilionários ainda vivos que constam da lista. Ele aparece à frente do mexicano Carlos Slim, que vem sendo listado como o homem mais rico do mundo no ranking da revista Forbes, mas que aparece na relação como o 22º mais rico, com uma fortuna estimada em US$ 68 bilhões. Na lista, a outra figura atual e o investidor Warren Buffet (em 25º, com uma fortuna avaliada em US$ 64 bilhões).
Os 25 bilionários que integram a relação das maiores fortunas têm, segundo estimativas do "CelebrityNetworth.com", uma fortuna acumulada equivalente a US$ 4,317 trilhões (cerca de R$ 8,8 trilhões).


Os homens mais ricos da história

1 - Mansa Musa I (rei do Mali, século XIV) – US$ 400 bilhões
2 - Família Rothschild (banqueiros alemães, séculos 19-21) – US$ 350 bilhões
3 - John D. Rockefeller (EUA, petróleo, 1839-1937) – US$ 340 bilhões
4 - Andrew Carnegie (EUA, industriário, 1835-1919) – US$ 310 bilhões  
5- Nicolau II (último imperador russo, século XIX) - US$ 300 bihões
6 - Mir Osman Ali Khan – (Rei indiano, 1886-1967) - US$ 230 bilhões
7 - Guilherme, o Conquistador (rei inglês, século XI)- US$ 229,5 bilhões
8 - Muamar Khadáfi ( rei da Líbia, morto em 2011)- US$ 200 bilhões
9 - Henry Ford (EUA, automoveis, 1863-1947) - US$ 199 bilhões
10 - Cornelius Vanderbilt (EUA, marinha mercante, sec XIX) - US$ 185 bilhões


FONTE: BBC Brasil e Wikipedia
*publicado no jornal A FOLHA  - Torres 

sábado, 28 de julho de 2012

A Luz e o Medo feat Beatles for Sale



No Reply feat I Don't Wanna Spoil the Party

Foi naquela mesma noite que vi a luz ,
A luz que surgia por detrás dos prédios.
Eu vi a luz, faiscando, em chamas
E sim, foi assim que eu quase morri

Mas como foi?
Eu lhe digo,
Se eu fosse você
Eu perceberia
que o mundo não é mais
que amor e agonia

Sem respostas
Assim nós vivemos
Assim nós morremos
Sem respostas..........................



 ...................... Eu não quero ficar nessa porra de lugar. Não consigo nem ficar bêbado, não há nada para mim aqui, eles não sabem o que está acontecendo. Então saio pela noite, alienado, fico pensando nela. E só o que surge em minha mente é solidão, raiva e medo, muito medo. Ela sabia, e agora está morta. Os cigarros não são mais engraçados, não são mais que subterfúgios para alimentar a agonia, o horror que é saber tudo o que sei. Nunca pedi para saber disso tudo, porque isso tinha de cair sobre mim?

Pelo menos, aqui os Tronkis não estão me vigiando, ou pelo menos acho que não. Olhei para o céu, tentando me prontificar de que este era um local seguro, mas o que é um local seguro nestes loucos tempos? Por que eles sabem, ah sim, eles sabem de tudo, e agora querem me capturar. Pois mesmo que quase ninguém tenha descoberto a fraude, essa porra que vai estraçalhar toda a realidade, eu estou percebendo a complexidade de tudo, e isto está começando a ficar perigoso. E o pior disso tudo, meus caros amigos, é que eles sabem, eles sabem que eu sei de tudo, e agora eles sabem que você também sabe! HAHAHAHAHAH.............................



Mister Moonlight feat Kansas City

Why we Love you, Mister Moonlight?
We love you cause you bring us to dawn
We love you cause down below is just death
But on the top where you are, Mister Moonlight
There we can reach the stars
And now I’m going
to wherever I can rest
I’m going to  Kansas City,
I’m going to be knocked out
ba-ba ba-ba ba-ba