sexta-feira, 6 de agosto de 2010

finita est

A velha casa, tão grande, com todo seu espaço e solidão. Toda sua loucura, as alegrias, seus sussurros flutuando numa brisa mística. Os pensamentos, as memórias antigas, os sentimentos mortos, as idéias mortas, as pessoas mortas. Entre o passado e o futuro existe uma lacuna, que se perde na vastidão da sala fria, durante o frio do inverno, em frente à lareira com seus restos de lenha carbonizada. Tantas lufadas de estranhos sentimentos minguando nos últimos raios de sol, mais um crepúsculo mágico em seu adeus. Suspiros que vêm do fundo da alma, o medo do desconhecido, a saudade de tudo o que fica para trás com a excitação que brota na eminência da partida. Partir para tão longe, longe de amigos e amores, ficar só com as memórias e cultivar os bons sentimentos. Pois se levam na bagagem apenas as melhores recordações, cada sorriso que virou poema, cada poema que virou gente. Tudo guardado com carinho até o reencontro, um dia desses, não muito longe.