sábado, 26 de novembro de 2011

Gengis Khan: O bárbaro estrategista



Temudjin, mais conhecido como Gengis Khan, o bárbaro mongol, viveu de 1162 a 1227 Ele nasceu cercado de lendas xamânicas sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a Terra, e constituiu o maior império da história que a história já viu. Um dos grande gênio militares da história, valeu-se da inteligência, estratégia e disciplina para se tornar uma imagem de inspiração, um mito dos antigos cavaleiros guerreiros.

De Temudjin a Gengis Khan

Ainda que tivesse descendência nobre, na época do nascimento de Temudjin os mongóis estavam divididos em diversas tribos e clãs, cada uma governada por um cã, ou "Senhor", que impunha-se mais pela força do que pela descendência nobre. Como quase todos os mongóis, Temudjin provavelmente tinha sido treinado como arqueiro montado desde muito jovem. A habilidade na montaria, comandada apenas com os joelhos, e a destreza no arco e flecha, aliada a uma vida dura nas estepes, tornavam os guerreiros mongóis muito temidos e respeitados.
Ainda jovem, Temudjin enfrentou a rejeição de sua família por seu próprio clã, do qual teve de fugir após a morte do pai. Mas anos depois ele voltaria para conquistar sua liderança, e baseado nas tradições, genialidade militar e numa presença divina (diz o mito que era iluminado pelo Deus do Trovão, Tengri) Temudjin derrotou todos os seus rivais de clãs distintos, inspirou respeito e disciplina ao seu exército cada vez mais crescente, e unificou os povos mongóis sob seu comando para, assim, tornar-se o Gengis Khan, o “Comandante dos Comandantes”. Criou-se uma hierarquia administrativa e militar, e um exército foi treinado e organizado.


O temido e respeitado exército de Gengis Khan


Gengis Khan criou táticas de guerra revolucionárias para as batalhas nas estepes. Seu exército era disciplinado, temido e impiedoso. A arma tradicional dos mongóis era o arco e flecha curvo, que tinha um alcance de 500 metros, com isso tornou obrigatório o treinamento dessa arma. Os cavaleiros eram treinados para atirar a flecha com o cavalo em movimento.
Um detalhe era que, para maior precisão, a flecha era disparada no momento em que o cavalo estivesse em pleno galope. Esses cavaleiros, os chamados mangudais, eram uma arma poderosa contra infantaria inimiga, já que juntavam três princípios: arco e flecha, excelente pontaria e cavalaria, ou seja, um mangudai poderia ser rápido e preciso para atingir os inimigos mesmo estando longe. O arco curvo mongol era a mais devastadora arma

Tradição, disciplina e eficiência



O exército mongol funcionava com precisão e eficiência admiráveis. Organizava-se em dezenas, formados por dez homens que atuavam juntos em combate, saque ou obtenção de suprimentos. A cada dez dezenas havia um chefe. A cada cem dezenas de homens, havia um Kan, um líder. E cada 10 mil guerreiros formavam uma “horda” que era dirigida por um general submisso ao "Grande Khan".
Aprendiam a montar e a utilizar as armas ainda quando crianças, em especial o arco composto. Todos os homens não incapacitados deviam, até os 60 anos, participar da caça e da guerra. Dessa maneira, o exército mongol de Gengis Khan reunia, literalmente, a totalidade da população masculina adulta.
Os mongóis combatiam sob um restrito código de disciplina. O abandono de um companheiro na batalha era castigado com a morte. Genghis Khan organizou seu exército de uma forma espetacular, seguindo um sistema decimal, (10 / 100 / 1000 / 10.000). A unidade de 10.000 homens era a maior unidade combatente, como uma divisão moderna, capaz de manter por si só uma prolongada luta, poderosos por sua disciplina, quase invencíveis... e cruéis.

Crueldade bárbara

Os guerreiros mongóis eram especialistas em emboscadas e ataques de surpresa. Os chefes de seu exército faziam grande uso de patrulhas de reconhecimento e de movimentos sincronizados para atacar o inimigo em desvantagem. Os povos conquistados, como os tártaros e os Merkits, eram desagregados e divididos em unidades de 100 guerreiros. Assim, eles não teriam forças para constituir uma ameaça organizada para a família reinante.
Os mongóis fizeram uso exaustivo do terror. Se a população de uma cidade era massacrada depois de sua captura, era mais provável que a próxima cidade se rendesse sem luta. Iam se rendendo, cidade após cidade, ante a chegada do exército mongol. Genghis Khan, não construiu o maior império da história apenas com força bruta e matanças. Também era um grande estrategista, brilhante e bárbaro governante, e um terrível vingador.

Meio mundo sobre o controle mongol

Os mongóis formam um grupo étnico que habita as estepes da Ásia Central. Sua existência é documentada desde o século VIII. Os mongóis formaram sociedades complexas na Idade Média e, seguindo os passos dos hunos (seus predecessores em mil anos) eles esculpiram um dos maiores impérios que o mundo já viu. No seu auge, o império mongol alcançava terras na Coréia, através da Ásia, seguindo adentro da Rússia européia até a costa do Mar Báltico. Eles possuíram a maioria da Ásia Menor, o atual Iraque, atual Irã, Afeganistão, Paquistão, Tibete, partes da Índia, partes de Burma, toda a China e partes do Vietnã

Gengis Khan, o grande Khan

Começando com apenas cerca de 25.000 guerreiros,,Gengis Khan adicionou forças unindo nômades e atacando a parte norte da China em 1211. Sua ambição era a de acabar com o Império Jin( Nordeste da China) que por muitos séculos impedia o crescimento das tribos mongóis. E ele cumpriu com sua meta, e continuou com sua expansão de conquistas, massacres e escravidão dentro da China. Tomou Pequim em 1215 após uma campanha que custou cerca de 30 milhões de vidas chinesas.
Os mongóis então viraram para o oeste, rumo ao vez do império da Corásmia, cujos domínios incluíam os atuais Uzbequistão, Quirguistão, Turcomenistão, Tajiquistão e Afeganistão. Vitorioso em 1220, o exército mongol havia conquistado cidades como,Samarcada e Bukhara, ricas por serem pontos comerciais chaves na Rota da Seda. As cidades foi transformada em ruínas fumegantes, e todos os seus habitantes, mortos.



Os descendentes, expansionismo e queda

Após a morte de Genghis Khan em 1227, seu filho Ogedei completou a conquista do norte da China, e seguiu para a Europa. Ele destruiu Kiev em 1240 e avançou para a Hungria. Quando Ogedei morreu, em campanha militar, no ano de 1241, o exército inteiro recuou para que fosse tomada a decisão da sucessão. A Europa foi poupada enquanto os dirigentes mongóis concentravam seus esforços no Oriente Médio, e sul da China.
Hulagu, neto de Genghis Khan, exterminou os haxaxim (origem da palavra assassino) muçulmanos e tomou a capital islâmica, Bagdá, em 1258. A maioria dos 100.000 habitantes foram mortos. Em 1260 um exército Muçulmano de Mamelucos Egípcios (guerreiros-escravos de alta posição social) derrotou os mongóis onde hoje é Israel, terminando com a ameaça mongol contra o Islã e suas cidades sagradas. Kublai Khan, outro neto de Genghis Khan, completou a conquista da China em 1279, estabelecendo a dinastia Yuan no gigantesco país.
Uma das tentativas de invasão do Japão foi vencida pela Marinha, e outra por um furacão que mais tarde veio a ser conhecido como Kamikaze (vento divino), em 1274 e 1281. As derrotas contra o Japão desmoralizaram o então motivado Império MongolEm 1294, Kublai Khan morreu na China, e o poder mongol começou a declinar em todas as partes.

O legado de um mito

Contam as lendas que todos os envolvidos no enterro de Gengis Khan foram mortos para manter em segredo o local onde ele foi enterrado. E esse local realmente jamais foi encontrado. Na Mongólia atual, Gengis Khan é considerado o herói máximo e o pai daquela nação, cujo culto à imagem jamais se deixou apagar, mesmo durante o regime comunista
Um estudo realizado em 2002 concluiu que 8% da população da região anteriormente ocupada pelo Império Mongol, uma área entre o oceano Pacífico e o Mar Cáspio (o que corresponde a 0,5% da população mundial) podem ser descendentes de Gengis Khan. Um outro estudo de 2007 afirma que 35% dos atuais mongóis são descendentes de Gengis Khan


*Com informações dos sites Wikipédia, UOL e Só História