Vejo 'academia brasileira de jornalismo
literário', onde há 'josé hamilton ribeiro', escritor e jornalista brasileiro,
que perdeu uma perna durante a 'guerra do vietnã', após pisar em uma 'mina
terrestre'. O vento sopra, o google aberto e um milhão de milhões de
possibilidades de consulta. O quanto será que estamos sendo vigiados? E isso sem
falar que ainda estupram nossas mentes com zilhares de propagandas luminosas,
mas é o preço que pagamos por tanta informação, debitado diretamente na conta
do nosso banco mental, sem possibilidade de reembolso...
..." aliás, até ha uma possibilidade para o reembolso: é só ligar
para o nosso 0800, conversar com nossa secretária eletrônica por alguns minutos,
pedir para falar com um de nossos atendentes do setor de reclamação, deixar
seus dados e formalizar um pedido de estorno por estupro neural. A burocracia
usual, não tomará mais que 59 minutos do seu tempo. Após, você deve anotar o
protocolo de 32 dígitos e escolher o seu omelete preferido entre três opções
que serão apresentadas. Cumprindo esse procedimento usual, lhe passaremos uma
receita médica em pdf que - aconselhamos nós, do Dooble - deve ser entregue diretamente ao seu
psiquiatra. O seu psiquiatra lhe receitará anabolizante para cavalo como a cura
para suas enxaquecas, lhe dará um atestado de insanidade mental e a licença
para adquirir uma clássica RPG-7 antitanque. Nós, do Dooble, damos uma opção para
você: quem sabe explodir o hospital mais próximo com seu novo brinquedo?"
...A busca por estar o máximo possível
livre e ao ar livre, deixando ao instinto a missão de escolher seu aleatório
destino, era uma sensação quase
irresistível, que lhe vinha sempre a mente. Ele por vezes também sentia que
podia passar quase a vida inteira em lugares abertos, e se imaginava nestes mesmos lugares na companhia de alguns bons amigos,
frequentemente entorpecido por uma droga qualquer, juntamente com algum amor
despreocupado para fazer companhia e dividir a experiência, tanto corporal como
espiritualmente. ...
.....mas antes disso, queremos saber
quantos neurônios foram queimados? Lês a revista Veja? Já foi feita a ressonância magnética para
atestar seu péssimo estado de saúde? Quantos algarismos encontramos na palavra
bolota? E quantos algorítimos? Preferes
assistir ao Faustão ou fazer uma viagem ao Marrocos, com direito a uma excursão
para ver a casa da Jade, na novela "O Clone"?...
Cães, mosquitos e centros
...E seu filho, é uma criança saudável, não
é? tem toda aquela alegria e energia de um
menino de 8 anos, e é tão inteligente, não é? Lê tanto, se comporta bem, até já
sabe falar inglês... um garotinho lindo mesmo! Iria realmente ser uma pena se
ele se encontrasse com uns certos labradores malvados que andam por estas
redondezas, quando ele estiver sozinho,
saindo da escola.... Ahh, esses cachorros não nasceram malvados, mas acabaram tornando-se maquinas da morte, infelizmente. Foram muito mal tratados e quase não recebiam nada para comer, pelo que
me disseram, mas mesmo assim os bichos ficaram grandes. Na verdade, a história
que eu ouvi sobre esses cachorros é meio assombrosa, mas parece que o dono
deles era um psicopata, que já foi até morto, mas que raptava criancinhas e as
jogava no canil, para serem devoradas pelos cachorros. Uma pessoa realmente do
mau, eu diria, mas os cachorros não tem culpa se a natureza deles os levou a
crer que crianças são alimento, não é?...
... Alguns destes lugares eram centros de
grandes metrópoles, grandes espaços públicos com monumentos históricos, museus,
artistas de rua e loucos, além de dezenas de diferentes bares, pubs,
restaurantes e cafeterias. Letreiros com os nomes de grifes nacionais e
estrangeiras gravadas se espalhando, com as paredes grafitadas colorindo as
ruas, além de muitas e altivas árvores, de diferentes espécies, se misturando
com os muitos prédios de bela arquitetura (e com os outros tantos feios , mas o
feio também tem sua beleza e ternura). Gente passando por todos os lados e o
trânsito correndo intermitente, parando em intervalos rigorosamente definidos
por semáforos. O zumbido das motos, o rugido do ônibus e as buzinas dos carros,
entre motoristas e motoristas, também eles estão lá. O barulho de máquinas
trabalhando em algum lugar, de vez em quando o som de uma ou outra sirene de um
carro policial ou ambulância . A confusão de cores e vozes, a típica e
deliciosa cofusão metropolitana, são o que ele vê e ouve nestes lugares.
. ...Mosquitos são animais profundamente infernais,
nada de bom há na existência dos mosquitos. A cadeia alimentar pode se virar
muito bem sem eles, e o resto do mundo agradeceria... malditos mosquitos e sanguessugas,
maldito crepúsculo, mandito sangue que corre nestas malditas veias..pelo menos
tenho uma varanda com muitas almas, digo, árvores, digo, natureza, vida,
profundidade e sensações, enfim, evasões
solares de muita energia, como diz o ditado popular....
...Um outro lugar era envolto por variada e
exuberante natureza, doutor: eu posso imaginar o descampado horizonte verde, de
relevo levemente ondulado, com uns capões de escassas e retorcidas árvores se
espalhando, marcado por majestosas e quase sempre solitárias figueiras . E ao
redor de uma destas figueiras, exatamente a maior e mais antiga do lugar, se
ergue um casarão branco... o casarão branco que.... não, o casarão branco não,
não me obriguem pensar naquela maldita casa de novo! Tenho que esquecer, tenho
que esquecer tudo, foi um pesadelo, só isso! um pesa.....
... Na tarde desta segunda-feira, em São
Paulo, Daniel Figueira Rocha, 22 anos, assassinou seu psicólogo utilizando uma
caneta, para após dar cabo de sua própria vida ao atirar-se do 18o andar do prédio onde encontrava-se, na
movimentada Avenida Ipiranga. Segundo relatório do IML, o corpo do psicólogo
Abílio Cruz Fonseca, de 52 anos, ficou desfigurado após as centenas de golpes
de caneta desferidos por Daniel. Já o suicida virou uma atração negativa para a
capital paulista, pois os olhares de centenas de chocados cidadãos caiu sobre a
massa amorfa e sangrenta que o corpo de Daniel se tornou, após o choque
violento com um carro estacionado no local.
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