sábado, 5 de junho de 2010

medo de bomba


O dia começa sem sol em grossos aneis de fumaça
A chuva caindo sem cor, crianças vendendo desgraça
As maquinas rugem vorazes,aves mutantes debandam também
O lixo se espalha nas calhas, cães e vagabundos não buscam poréns
Pessoas por todos os lados, com seus guarda-chuvas em mãos
Alheios a tudo que passa, blindados contra a podridão
Levando suas vidas vazias, não querem armar confusão
E as trevas se espalham nos ares,
dos deuses que sem mais avisos lançam seu trovão

Então sinta
A magia se espalhando no ar
nossos sonhos velejando no mar
Tudo novo, iluminado é o amor
o amor, o amor, o amor

Nos monstros de concreto e aço sentados em tronos de âmbar
Carrascos vendendo suas almas para que os porcos possoam lucrar
Negociando concordatas, burlando a lei sem temor
Dominam as massas com belas mentiras e falso pudor
Vestem sua negra carapuça, açoitando a honra dos homens de bem
Prisioneiros da babilônia, abaixam a cabeça por alguns vintens
Não buscam sentido na vida, o vírus de Midas já se espalhou
E os canhões da cobiça
disparam sua fúria contra os ideais de justiça e união


Então veja
A magia se espalhando no ar
nossos sonhos velejando no mar
Tudo novo, iluminado é o amor
o amor, o amor, o amor


Farois e sirenes se embatem na cacofonia do caos
Outro dia de vida, ou de sobrevida, pai nosso livrai-nos do mal
A revolta é latente, o horror é pungente, algo logo terá de mudar
Ainda sou consciente, tenho meus direitos, não me deixarei sufocar
Mas o trabalhador moribundo exausto se esparrama em frente a tv
Seus olhos vidrados, hipnotizados por tanta coisa que se vê
Todo entretenimento que ofusca o tormento neste circo de tentações
Propagandas vendendo os aneis e os dedos em centenas de prestações
Bombardeio de imagens, melhor ir com calma que se rebelar
Bons sonhos, meu amigo
A lama é quente mas tome cuidado pra não afundar

Então sinta
A magia se espalhando no ar
nossos sonhos velejando no mar
Tudo novo, iluminado é o amor
o amor, o amor, o amor

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