domingo, 18 de outubro de 2009

Impressões de um final de tarde qualquer


Sentado na dura cadeira da varanda, vou sorvendo lentamente o mate e deixo penetrar em minha alma o resplendor dos últimos raios de sol. O majestoso balé de cores vai minguando sem pressa, anunciando que o prelúdio de uma nova noite não tardará a vir. Da amoreira carregada posso ouvir o piar dos pardais saciados, enquanto o sabiá pousado na retorcida tipuana observa o cenário com atenção. Timidamente, na imensidão do vazio infinito, vão cintilando as primeiras estrelas dum céu limpo, seu brilho tênue e esparso contrastando com a escuridão absoluta que perpetua-se pela rua pacata. A leve brisa faz sussurrar morosamente as folhas dos butiás, carregando para longe todas as angústias de mais um dia. Deitada ao meu lado, a fiel companheira canina dorme serenamente, indicando que tudo está em paz como sempre deveria ser.

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