Despertei um dia, via que chovia mas sentia que não podia.... nada podia, nada seria, apenas sonho viria
segunda-feira, 19 de julho de 2010
O surf
A restrita bibliografia sobre o surf aponta que seu surgimento é originário das Ilhas Polinésias, através dos povos nativos e em virtude de sua própria cultura de subsistência, no caso a pesca. Mais tarde, porém, nas ilhas do Hawaii, o surf começou a ser praticado pelos antigos reis havaianos com pranchas feitas de madeira, e lá se consolidou. Reza a lenda que, no século IX, um rei taitiano chamado Tahíto Moikeha ficou sabendo da existência das ondas mais perfeitas do planeta no Hawaii, e então decidiu se aventurar pelos mares rumo ao seu destino de surfista errante. Quando finalmente aportou na ilha de Oahu, Moikeha encontrou em Kauai as ondas perfeitas que procurava. Ao surfar, impressionou as duas filhas do rei de Kauai, que o consideravam como um deus que pairava sobre as águas, e com as duas acabou se casando, tornando-se rei de Kauai. Desde então, o surf se instalou nas raízes culturais, artísticas e religiosas dos povos das ilhas havaianas.
Outros relatos dão conta de que, muito antes deste ocorrido, antigos povos peruanos já se utilizavam de uma pequena espécie de canoa, confeccionada de junco, para deslizar sobre as ondas. Como, etnicamente, existe a possibilidade de que os primeiros havaianos tenham sido descendentes dos Incas, que se aventuraram pelo Pacífico em suas enormes canoas, a história até faz algum sentido. Porém, entre mitos e lendas, o primeiro relato concreto da existência do esporte foi feito pelo navegador inglês James Cook, em 1778, que aportou no Hawaii e descobriu o surf para o mundo, ao relatar a prática em seu diário. Na época, o navegador gostou do esporte por se tratar de uma forma de relaxamento com grande mística espiritual, mas as igrejas protestantes desestimularam por mais de cem anos a prática de surfe, pois suas raízes estariam ligadas a hábitos pagãos. Os nativos havaianos possuíam um complexo ritual religioso para a fabricação das suas pranchas, e consideravam as ondas e os prazeres de brincar nas águas do oceano uma dádiva divina.
O reconhecimento mundial veio apenas com o campeão olímpico de natação e pai do surfe moderno, o havaiano Duke Paoa Kahanamoku. Ao vencer os jogos de 1912, em Estocolmo, o atleta disse ser um surfista e passou a ser o maior divulgador do esporte no mundo. Com isso, o arquipélago e o esporte passaram a ser reconhecidos internacionalmente. Na década de 1950 o esporte popularizou-se na costa oeste dos Estados Unidos, tornando-se uma mania entre os jovens, principalmente nas praias do estado da Califórnia.No Brasil, as primeiras pranchas, então chamadas de "tábuas havainas", foram trazidas por turistas. Em 1938, surge aquela que é, provavelmente, a primeira prancha brasileira, feita pelos paulistas Osmar Gonçalves, João Roberto e Júlio Putz, a partir da matéria de uma revista americana, que detalhava medidas e o tipo de madeira a ser usada. Pesava então 80 kg e media 3,6 m. As primeiras pranchas de fibra de vidro, importadas da Califórnia, só chegaram ao Brasil em 1964.
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