As exatas origens do carnaval são obscuras. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso de primitivos povos pagãos do Mediterrâneo, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza. Mais fundamentada, porém, é a hipótese de que a festa tenha se originado na Grécia em meados dos anos 600 a.C., quando, em homenagem ao Deus Dionísio, os gregos realizavam seus cultos em agradecimento pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente romanos inseriram bebidas e orgias sexuais na festa da fertilidade, o que tornou a comemoração intolerável aos olhos da então recente Igreja Católica. O carnaval tornou-se então uma festa condenada por suas realizações em canto e dança que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos. Entretanto, em 590 d.C., a festa passou a ser adotada também pelo Catolicismo, mas com o adendo oficial da Igreja que bania os ditos “atos pecaminosos”, deturpando assim as reais origens de alegria do carnaval. Somente em 1545, durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular.
O termo carnaval é encontrado já no latim medieval, como carnem levare ou carnelevarium, que significava a véspera da quarta-feira de cinzas, isto é, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, no passado, os católicos eram proibidos pela igreja de comer carne. No período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares, onde cada cidade brincava a seu modo de acordo com seus costumes. O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX tendo sido a cidade de Paris o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.
Em meados do século XVIII, o carnaval chegou ao Brasil sob influência açoriana do Entrudo, festejo importado dos Açores. Desde então, passaram a ocorrer desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas da forma semelhante à de hoje. Atualmente, nem um décimo do povo participa hoje ativamente do carnaval, ao contrário do que ocorria em sua época de ouro, do fim do século XIX até a década de 1950. Entretanto, o carnaval brasileiro ainda é considerado um dos melhores do mundo, seja pelos turistas estrangeiros como por boa parte dos brasileiros, principalmente o público jovem que não alcançou a glória do carnaval verdadeiramente popular.
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