segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ninkasi, deusa da cerveja


Os Sumérios organizaram-se há cerca de 7000 anos atrás onde hoje é o Iraque, e são considerados a civilização mais antiga da humanidade. Dentre o seu legado estão inventos de suma importância como a roda, a escrita cuneiforme, a astronomia heliocêntrica, a domesticação de animais e, a mais relevante de todas, a cerveja...

Provavelmente os Sumérios descobriram o processo de fermentação por acaso. Ninguém sabe ao certo como isto ocorreu, mas poderia ser que uma parte do pão de cevada ficou molhada, simplesmente esquecida. Depois de algum tempo o pão começou a fermentar e resultou numa polpa com aroma inebriante. A primeira cerveja deve ter sido um acidente

Ninkasi, é a Deusa da Cerveja, que nasceu da água mais fresca cintilante, e foi criada para saciar o desejo e satisfazer o coração cansado. Um poema sumério, escrito em sua homenagem a mais de 4000 anos, contém a mais antiga receita conhecida de cerveja.


Louvor à Ninkasi

Nascida da água corrente
Delicadamente cuidada por Ninhursag
Ninkasi, fundando sua cidade pelo lago sagrado,
Ela rematou-a com grandes muralhas por você.

Ninkasi, você é a única que maneja
a massa com uma grande pá,
misturando em uma cova o bappir,
com tâmaras ou mel.

Você é a única que assa o bappir
no grande forno,
Coloca em ordem as pilhas
de sementes descascadas,
Ninkasi, você é a única que rega o malte
jogado pelo chão,
Os cães fidalgos mantém distância,
até mesmo os soberanos.

Você é a única que embebe
o malte em um cântaro
As ondas surgem, as ondas caem.
Ninkasi, Você é a única que estica a pasta assada,
em largas esteiras de palha,
A frialdade dominou.

Você é a única que segura com ambas as mãos
o magnífico e doce sumo,
Fermentando-o com mel e vinho

O barril filtrador,
que faz um som agradável,
Você ocupa apropriadamente o topo,
Ninkasi, você é a única que despeja a cerveja filtrada,
que é como os barulhos dos cursos
do Tigris e do Euphrates.

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